42 anos da Raça Rubro Negra: pioneirismo, hegemonia e respeito

Ontem, a Raça Rubro Negra completou 42 anos de existência. Em 1977, a torcida dos 90 minutos revolucionou a forma de torcer não só no Brasil, mas no mundo. Fundada por Cláudio Cruz, mais conhecido como "mágico", a Raça quebrou paradigmas, fez marketing antes desse termo existir e se tornou a torcida mais imitada, porém jamais igualada.


Antes de ser fundada, integrantes da torcida escreviam de caneta pilô nas paredes do Maracanã "vem aí a Raça". Isso era feito sempre na madrugada que antecedia as partidas. Entretanto, ninguém fazia ideia do que se tratava. Era uma bela jogada de marketing, pois os torcedores rubro-negros ficavam curiosos para saber o que era essa tal de Raça.

Finalmente 180 dias depois, o Pulmão da Arquibancada surgiu e logo se tornou referência. Era uma torcida organizada que tinha como intuito, além de apoiar o Flamengo, ser pioneira. O mágico não conseguia ver o jogo sentado devido sua euforia e vontade de festejar vendo o Flamengo jogar. Para ele, a torcida tinha que jogar junto com o time para levar rumo às vitórias. Por isso, o Maior Movimento de Torcidas do Brasil foi a primeira torcida a assistir jogo em pé no mundo. Na época, tomavam muitas garrafadas para sentarem e quem tivesse atrás conseguisse assistir ao jogo, até que em uma partida eles resolveram ficar de pé mesmo tomando garrafada na cabeça e cantaram "é é é é a nossa Raça só assiste jogo em pé".

Não é à toa que a Raça Rubro Negra é reconhecida e lembrada pelos jogadores do Flamengo. Veja o relato de alguns dos campeões mundiais de 1981 sobre a Raça:


Outro pioneirismo foi a forma de se vestir. Antigamente, os torcedores iam com o primeiro uniforme ou o segundo uniforme do Flamengo. A Raça foi a primeira torcida a criar a sua própria camisa. O intuito era criar uma identidade, representatividade para mostrar quem fazia parte da Raça Rubro Negra. Então, eles criaram seu próprio uniforme que foram as camisas vermelhas.

Além disso, a Raça promovia verdadeiras festas no estádio. Por duas vezes, eles compraram toda a produção de papel higiênico de uma fábrica que ficava localizada próximo à descida da Grajaú-Jacarepaguá. Era proibido entrar com esse tipo de material no Maracanã, porém, os integrantes da Raça chegavam no Maracanã com uma carreta de madrugada e pulavam o muro para preparar a festa. Uma verdadeira prova de amor ao clube. 


A Raça é referência pelo seu pioneirismo, sua hegemonia e suas festas no estádio. É uma torcida diferenciada. Tudo isso só aconteceu graças ao Cláudio Cruz, um homem, de fato, a frente de seu tempo que moldou novos comportamentos nas arquibancadas de todo o mundo e ensinou uma nova forma de torcer. Obrigado, mágico!

Saudações rubro-negras!

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